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Bem vindo ao blog do projeto PIBID.
Aqui você vai encontrar todo o conteúdo apresentado nas aulas do projeto, algumas curiosidades do processo, informações sobre os professores participantes e poderá apreciar as fotos tiradas durante as aulas.
O blog é feito pelos estagiários de química da UEL, mas é direcionado a você, aluno.
Explore, aprenda, comente, pergunte.
Viva essa experiência.
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18/12/2010
Ácidos, Bases, Sais e Óxidos – As funções Inorgânicas
A seguir você fará a leitura de alguns textos que abordam situações do cotidiano nos quais as funções ácidos, bases, sais e óxidos estão presentes.
1- Ácido presente no corpo humano e na alimentação.
A figura ao lado mostra o sistema digestivo de um ser humano. O processo inclui o ácido clorídrico (presente em nosso estômago) que atua diretamente nos alimentos que ingerimos quebrando-os para a absorção pelo sistema.
Quem nunca experimentou uma fruta cítrica e teve a sensação de acidez na boca?
A palavra "ácido" é originária do termo em latim acidu, que significa "azedo". Esta talvez seja uma das características mais facilmente encontradas nas soluções de ácidos. A evolução do termo tem nos permitido elaborar conceitos mais amplos e úteis.
Uma das características mais comuns nos ácidos é o sabor azedo. Essa propriedade está presente em inúmeros alimentos, para descobrir quais são ácidos, precisamos só observar quais deles produzem salivação na boca. Esse fato se explica pela presença do cátion H+, que diante das células da língua produz mais saliva.
Veja a lista dos ácidos mais comuns e onde podem ser encontrados:
- Ácido acético (CH3-COOH) = vinagre.
- Ácido tartárico (HOOC-CH(OH)-CH(OH)-COOH) = uva.
- Ácido málico (HOOC-CH2-CH(OH)-COOH) = maçã.
- Ácido cítrico (HOOC-CH2-C(OH)(COOH)-CH2-COOH) = laranja, limão, acerola.
- Ácido fosfórico (H3PO4) = refrigerantes à base de cola.
As substâncias representadas de “a” a “d” são exemplos de ácidos orgânicos (apresentam átomos de carbono nas suas estruturas), que fazem parte da nossa alimentação e o ácido fosfórico é um ácido inorgânico.
O ácido clorídrico (HCl) se faz presente em nosso corpo é encontrado no suco gástrico e tem o papel de auxiliar na digestão.
O ácido acético (CH3COOH) é o componente ativo do vinagre, tempero indispensável na cozinha e usado no preparo de saladas e maioneses.
O ácido carbônico (H2CO3) é encontrado na água gaseificada e nos refrigerantes. Estas bebidas são mais refrescantes graças à presença deste ácido, que é formado na reação do dióxido de carbono com a água:
CO2 + H2O à H2CO3
2. Chuva Ácida
O termo chuva ácida foi usado pela 1° vez para descrever a precipitação ácida que ocorreu sobre a cidade de Manchester, no início da Revolução Industrial.
O gás carbônico (CO2), assim como outros óxidos ácidos, por exemplo, SO2 e NOx, são encontrados na atmosfera e o aumento da quantidade destes óxidos na atmosfera é preocupante, pois causam, entre outras coisas, as chuvas ácidas.
CO2 + H2O → H2CO3
Outro gás responsável pela chuva ácida é o dióxido de enxofre (SO2) que reage com o oxigênio do ar e se transforma no gás trióxido de enxofre (SO3). Este se dissolve na água da chuva tornando-a ácida, as reações para a formação da chuva ácida são descritas a seguir:
2SO2 + O2 (ar) à 2SO3
SO3 + H2O (chuva) à H2SO4
A gasolina, o óleo diesel e outros combustíveis derivados do petróleo contêm compostos de enxofre. Na queima desses combustíveis, forma-se o SO2 que é lançado na atmosfera, poluindo-a.
Nos motores de explosão dos automóveis, caminhões e etc. devido à temperatura muito elevada, o nitrogênio e o oxigênio do ar se combinam resultando em NO2, que também se dissolvem na água da chuva gerando o ácido nítrico (HNO3).
NO2 + H2O à HNO3
Os automóveis modernos têm dispositivos especiais que transformam os óxidos de nitrogênio ( NOx) em N2 (gás não poluente).
3. Aspectos gerais de algumas substâncias no cotidiano.
O ácido sulfúrico (H2SO4) é um ácido forte (altamente corrosivo) consumido em enormes quantidades na indústria petroquímica, na fabricação de papel, corantes e baterias de automóveis.
O ácido fosfórico (H3PO4) e os sais fosfatados e superfosfatos derivados do ácido fosfórico têm grande aplicação como fertilizantes na agricultura.
Quando o pH do solo se encontra muito ácido é adicionado a ele o óxido de cálcio (CaO) para corrigir o pH e torná-lo útil na agricultura.
O Ácido fluorídrico (HF) é um hidrácido que possui a capacidade de corroer o vidro, sendo por isso armazenado apenas em frascos de polietileno. Ele ataca o dióxido de silício (SiO2) , principal componente do vidro. O hidróxido de sódio fundido (NaOH, base forte), também reage com a sílica do vidro.
O vidro é um produto inorgânico fundido e atinge por resfriamento uma condição rígida, sem que ocorra cristalização. Os vidros convencionais são produzidos tradicionalmente através do método de fusão/resfriamento. Este método envolve a fusão de uma mistura dos materiais de partida, baseada em óxidos, em geral a altas temperaturas, seguida do resfriamento rápido do fundido. Os principais formadores comerciais do vidro são SiO2 (sílica), B2O3 e P2O5.
Em virtude da propriedade corrosiva do ácido fluorídrico, ele é usado para gravar sobre vidro. Os vidros de automóveis têm uma numeração na parte inferior, esta é gravada com o auxílio do ácido fluorídrico.
O ácido clorídrico (HCl) é também um reagente muito usado na indústria e no laboratório. Na construção civil é usado para remover respingos de cal (após a caiação – pintura a cal) em pisos e azulejos. Neste caso é mais conhecido como ácido muriático, um agente de limpeza de alta potencialidade.
A cal hidratada nada mais é do que o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2). Esta substância faz parte da preparação da argamassa usada no assentamento de tijolos e revestimentos das paredes.
A cal virgem corresponde à substância denominada óxido de cálcio (CaO), é usada nas indústrias siderúrgicas como reguladores de regulador de pH e nas usinas no clareamento de açúcares.
O extintor de incêndio usa o dióxido de carbono (CO2) para apagar as chamas, por não ser combustível, nem comburente. É um gás incolor e sem cheiro.
O dióxido de nitrogênio (NO2) é um gás de cor avermelhada, de cheiro forte e irritante, altamente tóxico, conhecido como gás hilariante. Esse óxido quando inalado em pequena quantidade provoca euforia, mas pode causar sérios problemas de saúde e ainda é utilizado como anestésico.
Você sabia que é um equívoco bastante comum incentivado pela mídia dar preferência a produtos de higiene, como xampus, cremes para o corpo, que tenham pH neutro?
Na verdade estes produtos devem ter um pH ácido que é próximo da pele e do cabelo que são ácidos. A pele humana limpa e livre de suor possui pH ácido e suas funções básicas são mantidas quando utilizamos produtos que respeitam este pH.
Porém, os sabonetes em barra normalmente têm pH alcalino, em torno de 10. Algumas barras usam compostos que suavizam a alcalinidade do sabonete. Já os sabonetes líquidos têm seu pH usualmente neutro ou mais próximo da pele, em torno de 4,5 e 5,5.
QUAL É O ÁCIDO DOS EXPLOSIVOS?
O Acido Nítrico (HNO3) é utilizado na fabricação de explosivos, como nitroglicerina (dinamite), trinitrotolueno (TNT), trinitrocelulose (algodão pólvora), salitre (NaNO3, KNO3) e da pólvora negra (salitre + carvão + enxofre).
Peróxidos - A água oxigenada é usada como clarificadores (alvejantes) de tecidos, nas indústrias. Algumas pessoas a utilizam para a descoloração de pelos e cabelos e também para fazer limpeza de feridas (anti-séptico). Ela nada mais é do que um peróxido.
Água - O óxido mais conhecido e vital para nossa sobrevivência é a água, sim ela é um óxido de hidrogênio.
28/11/2010
04/10/2010
Aula II - Elementos da Morte [Experimentos]
01/10/2010
Aula II - Os Elementos da Morte [Texto]
Os venenos não são exclusividade das cobras nem dos homicidas. Eles estão em todo canto: se ocultam nos brinquedos, nos objetos da casa e nos remédios
por Marcos Nogueira
Diz o provérbio que os piores venenos, assim como os melhores perfumes, vêm nos menores frascos. Isso nem sempre é verdadeiro: alguns dos venenos mais mortais podem vir em uma pilha, em um termômetro ou num brinquedo qualquer. Substâncias potencialmente letais fazem parte do nosso cotidiano desde que a humanidade aprendeu a usar e transformar os materiais que o ambiente lhe oferece – isso porque, além de serem tóxicos, tais produtos têm utilidades prosaicas como armazenar água ou colorir as paredes da casa.
O uso (em geral imprudente) dos venenos pelo homem é o tema que o químico inglês John Emsley escolheu para escrever o livro The Elements of Murder – A History of Poison (“Os Elementos do Assassinato – Uma História do Veneno”, inédito no Brasil). Nele, o cientista explora, segundo suas próprias palavras, “um lado mais negro da tabela periódica” e elege os 5 elementos químicos mais perversos: mercúrio, arsênio, chumbo, antimônio e tálio. Por que esses 5? Porque, além de serem mortais, não fazem parte da seleta lista de 25 elementos essenciais à manutenção da vida. A única possível exceção é o arsênio: “o júri ainda está indeciso quanto a ele”, escreve Emsley). “Também há elementos que são tanto essenciais quanto altamente tóxicos, como o flúor, o selênio e o cromo.”
Embora as propriedades maléficas de algumas substâncias sejam conhecidas há milênios, foi somente com o avanço da química que se estabeleceu uma distância segura de determinados venenos. Em alguns casos, isso só aconteceu no final do século 20. Até lá, todo mundo passava soluções de mercúrio em feridas abertas na pele. Um pouco antes, latas de alimentos em conserva eram soldadas com chumbo. E médicos receitavam loções de arsênio para tratar dores lombares.
Fonte:
Texto: Os elementos da morte.
Disponível em: http://super.abril.com.br/ciencia/elementos-morte-446035.shtml
por Marcos Nogueira
Diz o provérbio que os piores venenos, assim como os melhores perfumes, vêm nos menores frascos. Isso nem sempre é verdadeiro: alguns dos venenos mais mortais podem vir em uma pilha, em um termômetro ou num brinquedo qualquer. Substâncias potencialmente letais fazem parte do nosso cotidiano desde que a humanidade aprendeu a usar e transformar os materiais que o ambiente lhe oferece – isso porque, além de serem tóxicos, tais produtos têm utilidades prosaicas como armazenar água ou colorir as paredes da casa.
O uso (em geral imprudente) dos venenos pelo homem é o tema que o químico inglês John Emsley escolheu para escrever o livro The Elements of Murder – A History of Poison (“Os Elementos do Assassinato – Uma História do Veneno”, inédito no Brasil). Nele, o cientista explora, segundo suas próprias palavras, “um lado mais negro da tabela periódica” e elege os 5 elementos químicos mais perversos: mercúrio, arsênio, chumbo, antimônio e tálio. Por que esses 5? Porque, além de serem mortais, não fazem parte da seleta lista de 25 elementos essenciais à manutenção da vida. A única possível exceção é o arsênio: “o júri ainda está indeciso quanto a ele”, escreve Emsley). “Também há elementos que são tanto essenciais quanto altamente tóxicos, como o flúor, o selênio e o cromo.”
Embora as propriedades maléficas de algumas substâncias sejam conhecidas há milênios, foi somente com o avanço da química que se estabeleceu uma distância segura de determinados venenos. Em alguns casos, isso só aconteceu no final do século 20. Até lá, todo mundo passava soluções de mercúrio em feridas abertas na pele. Um pouco antes, latas de alimentos em conserva eram soldadas com chumbo. E médicos receitavam loções de arsênio para tratar dores lombares.
- ELEMENTO 1: O antimônio
- O que é: O antimônio (Sb) pertence a uma categoria de elementos chamada metalóides ou semimetais. Ou seja: ele existe tanto na forma de metal quanto na de não-metal.
- Apresentação: O composto de antimônio mais usado em envenenamentos é o tártaro emético – ou tartarato duplo de antimônio e potássio – que vem em forma de cristais hidrossolúveis.
- Como Mata: Dificilmente alguém morre por tomar uma grande dose única de antimônio – o organismo a expele antes de o efeito ser fatal. São mais comuns as mortes por muitas doses pequenas.
- Para que serve: O antimônio é usado em eletrodos de baterias de automóveis, compõe ligas metálicas e ainda pode servir como matéria-prima de determinados tipos de vidro.
- Na Medicina: Compostos de antimônio sempre foram usados na indústria farmacêutica. E ainda são: o tratamento da leishmaniose (doença parasitária que causa úlceras na pele) depende de remédios antimoniais. Na Idade Média, era muito popular o uso de uma certa “pílula eterna” de antimônio metálico para combater a prisão de ventre. Uma bola de antimônio era engolida e irritava as paredes intestinais da pessoa, acabando com qualquer constipação. Em seguida era recolhida, lavada e guardada para problemas futuros – e passada para as gerações seguintes.
- Dose letal: Uma pessoa pode morrer com 120 mg, desde que tudo isso seja absorvido pelo corpo – algo muito improvável.
- Réquiem para Mozart: A morte do compositor Wolfgang Amadeus Mozart, ocorrida em 1791, nunca foi plenamente esclarecida. Há teorias conspiratórias sobre um suposto envenenamento criminoso – o também músico Antonio Salieri, seu rival na corte de Viena, chegou a confessar o assassinato, mas sofria de demência senil e poucos acreditam nessa hipótese hoje. Segundo o farmacêutico Ian James, do hospital Royal Free de Londres, Mozart morreu por envenenamento acidental. Culpa do pó de antimônio que lhe receitaram para tratar o que fora diagnosticado como “melancolia”. Ian diz que todos os sintomas dos últimos dias de Mozart condizem com essa teoria: febre alta, vômitos violentos, inchaço dos membros, hálito pestilento e erupções cutâneas. Ironicamente, um quadro como esse era tratado na época com remédios à base de antimônio.
- ELEMENTO 2: O Chumbo
- O que é: O chumbo (Pb) é um dos metais mais úteis para a humanidade – é maleável, abundante, resistente à corrosão. É também um veneno poderoso.
- Apresentação: O envenenamento ocorre pela água transportada em canos de chumbo, por tintas à base desse metal e outros compostos plúmbeos.
- Como Mata: O chumbo é um veneno que se acumula no organismo humano – especialmente nos ossos. Ele interfere na produção de sangue, no sistema nervoso e no funcionamento dos rins. Os sintomas da intoxicação incluem insônia, alucinações, cegueira, obstrução intestinal e coma.
- Para que serve: Para uma infinidade de coisas: da produção de baterias a soldas, de munição a pesos para pescaria.
- Na Medicina: Loções contendo chumbo eram tratamento para males como tuberculose, sangramentos genitais e lesões na pele. Por serem de uso externo, não ofereciam grande risco. Até hoje, algumas tinturas capilares contêm chumbo – nada funciona tão bem contra cabelos grisalhos.
- Dose letal: A tolerância ao chumbo varia de acordo com o indivíduo – e são raros os casos de morte por dose única. É consenso que uma pessoa com mais de 80 mg do metal por 100 ml de sangue está gravemente envenenada.
- Embriaguez Venenosa: O chumbo tem envenenado a humanidade desde a invenção de duas coisas complementares: a cerâmica e o vinho. Potes de cerâmica costumavam ser envernizados com produtos à base de chumbo. Esse verniz reage com o vinho, resultando numa substância chamada acetato de chumbo. Também chamado de “açúcar de chumbo”, esse produto é – como seria de se esperar – doce. Por isso e porque ajuda a conservar o vinho, o acetato de chumbo era adicionado de propósito à bebida no Império Romano. E a elite de Roma tomava vinho como se fosse água. Isso, segundo John Emsley, provavelmente era a causa do comportamento alucinado de imperadores como Calígula e Nero. Nos séculos posteriores, esse tipo de envenenamento continuou a atacar os bebedores de vinho – porém de forma acidental. Ou pela má-fé de gente que usava o produto para disfarçar vinho ruim.
- ELEMENTO 3: O arsênio
- O que é: O arsênio (As) é um elemento químico da família do nitrogênio encontrado em minérios de cobre e de chumbo. Apesar de ser obtido exclusivamente como subproduto na extração de outras substâncias, existe uma superprodução global de arsênio.
- Apresentação: Não confunda: o elemento químico se chama arsênio. Arsênico, talvez o mais famoso dos venenos, é o nome popular de um de seus compostos, o trióxido de arsênio – também conhecido como arsênico branco.
- Como Mata: A primeira reação do corpo à intoxicação por arsênio é vomitar – mas geralmente a expulsão do veneno ocorre tarde demais para impedir o estrago. Tanto os vômitos quanto a diarréia são violentíssimos e, ao fim de um ou dois dias, a vítima pode morrer de falência cardíaca.
- Para que serve: Os antigos chineses e indianos já usavam arsênico como pesticida. Compostos de arsênio são ou já foram usados em armamentos, tratamento de madeira, em componentes eletrônicos e na fabricação de tintas.
- Dose letal: Varia muito de acordo com o indivíduo, já que o corpo pode desenvolver tolerância ao veneno.
- Na Medicina: Em doses pequenas, os compostos de arsênio não são fatais – e foram usados na preparação de medicamentos até o século passado (a medicina chinesa ainda os utiliza). No século 19, causou sensação a descoberta de uma aldeia de camponeses nos Alpes Estírios, entre a Áustria e a Hungria, em que a população tomava arsênico como se fosse tônico. As doses ingeridas chegavam a quase 1 grama – o suficiente para matar 4 pessoas ou mais – e ainda assim não causavam nenhum efeito nocivo a quem as tomava.
- A morte nas paredes: No século 19, a Inglaterra desenvolveu uma compulsão por decorar suas casas com papéis de parede. Esses papéis eram coloridos com arsênio – em especial os padrões florais, em que um pigmento chamado verde-de-scheele reinava onde quer que se desenhassem folhas. Quando expostos à umidade, esses papéis de parede viravam culturas de um bolor que exalava trimetilarsina – um gás fatal. Embora não haja números exatos sobre mortes e doenças, uma nação inteira foi envenenada: estima-se que, por volta de 1860, os lares britânicos somavam 250 km2 de papéis de parede com arsênio.
- ELEMENTO 4: O tálio
- O que é: A descoberta do tálio (Tl) é relativamente recente: o químico inglês William Crookes o batizou assim em 1861 porque, ao ser queimado na chama do bico de Bunsen, o elemento produz uma chama de verde vivo como o de um broto verde. Thallos em grego ou, em português vulgar, talo.
- Apresentação: O tálio geralmente é encontrado na forma de sais. Os mais comuns são o sulfato de tálio – pesticida muito usado em outras épocas contra ratos e baratas – e o acetato de tálio, que compunha alguns cremes e loções pra eliminar pêlos corporais indesejados. Esse efeito colateral é um grande problema para os envenenadores que recorrem ao tálio: se a vítima sobrevive, caem seus cabelos e a máscara do criminoso.
- Como Mata: Dentro do nosso corpo, os íons de tálio “se fazem passar” por potássio – elemento essencial para o organismo. Eles se instalam nas células, cujo funcionamento é prejudicado. Isso ocorre principalmente no sistema nervoso: o resultado é insônia, depressão profunda e desejo de morrer. O tálio também ataca os testículos e o coração, e causa paralisia muscular.
- Para que serve: O uso dos compostos de tálio é restrito à produção de objetos muito específicos, como lentes especiais e células fotoelétricas.
- Na Medicina: Como agente "descabelante", o tálio fez muito sucesso no século 19 no tratamento da tinea, um tipo de micose cutânea. Ainda hoje, isótopos radioativos de tálio são empregados no diagnóstico de doenças cardíacas.
- Dose letal: 800 mg.
- O Livro da salvação: Como o envenenamento por tálio é muito raro e seus sintomas se confundem com os de outras doenças, é comum que os médicos façam "n" exames e não consigam identificá-lo. Foi isso o que ocorreu com uma menina de 19 meses atendida, em 1977, no hospital Hammersmith de Londres. Por sorte, havia na equipe uma enfermeira que lera o romance O Cavalo Amarelo, de Agatha Christie. O livro menciona que o tálio causa queda de cabelos e a enfermeira, ao notar esse sintoma na criança – que já havia tentado todos os recursos médicos disponíveis no seu Catar natal – chamou a atenção dos médicos. Não deu outra: a menina vinha atacando a ração de tálio que a família usava para acabar com ratos e baratas da casa.
- ELEMENTO 5: O mercúrio
- O que é: O mercúrio (Hg) é o único metal que é sempre líquido em temperatura ambiente – congela a 39 graus negativos. A principal fonte da substância é um minério chamado cinabre.
- Apresentação: Mercúrio líquido, como o encontrado em termômetros, é relativamente inofensivo, pois o sistema digestivo não o absorve. O problema é que ele é um líquido volátil e o seu vapor é altamente tóxico. Sais de mercúrio oferecem ainda mais perigo, pois se dissolvem em água e podem ser misturados a alimentos e bebidas – o mais venenoso de todos é o corrosivo sublimado (bicloreto de mercúrio).
- Como Mata: Minutos depois da ingestão de uma grande dose, começam os vômitos e a diarréia. Em casos de intoxicação aguda, surgem lesões nos intestinos, fígado e boca. O envenenamento pode levar à falência renal e tem efeitos perversos no sistema nervoso: a pessoa se torna irritada, paranóica, sofre de tremores e fala e age como louca. A imagem folclórica do “cientista louco”, segundo John Emsley, teve origem em casos reais de intoxicação por mercúrio: vazamentos do metal em laboratórios eram coisa comum.
- Para que serve: O mercúrio tem a capacidade de se amalgamar com outros metais. Isso é útil especialmente na extração de ouro – para separar o metal precioso das impurezas. Entre outros usos do mercúrio já figuraram a fabricação de espelhos, de lâmpadas, de baterias e até chapéus de feltro.
- Na Medicina: A partir do século 16, remédios à base de mercúrio eram usados contra a sífilis – como o metal se acumula no cabelo do paciente, até hoje é possível examinar os fios e especular se o seu dono era ou não sifilítico (entre os suspeitos, estão Napoleão e o rei Henrique 8º da Inglaterra). No Brasil, antissépticos com mercúrio na fórmula só foram proibidos na década de 1990.
- Dose letal: Em geral, 200 mg são suficientes para matar.
- Sashimi do Mal O caso mais famoso – e trágico – de envenenamento em massa por mercúrio aconteceu no Japão nas décadas de 1950 e 1960. Uma indústria despejou dezenas de toneladas de mercúrio na baía de Minamata. Ele foi incorporado à cadeia alimentar até chegar aos peixes. Em 1952, o desastre se manifestou com uma quantidade anormal de peixes mortos boiando no mar. Gaivotas e gatos que comeram esses peixes passaram a se comportar como loucos. O mesmo efeito se deu nos humanos: estima-se que a chamada doença de Minamata tenha afetado cerca de 3 mil pessoas e matado mais de 900 delas.
Fonte:
Texto: Os elementos da morte.
Disponível em: http://super.abril.com.br/ciencia/elementos-morte-446035.shtml
08/08/2010
Aula I : Atmosfera Terrestre
Gás Carbônico
PROBLEMATIZAÇÃO
Uma Indústria Petrolífera vem sofrendo ataques de uma organização não governamental, que atua internacionalmente em questões relacionadas à preservação do meio ambiente, o Greenpeace.
Segundo o Greenpeace, a indústria não acatou ao procotolo de Kyoto, que tem como objetivo firmar acordos e discussões internacionais para conjuntamente estabelecer metas de redução na emissão de gases-estufa na atmosfera, portanto um número grande de gases poluentes continua sendo eliminados para o meio ambiente, originados da queima do petróleo, que atualmente se tornou uma das principais fontes de combustível fóssil utilizada para sustentar o mundo.
Entre os gases eliminados para o ambiente, estão o dióxido de enxofre (SO2) e o dióxido de carbono (CO2), obtido pela seguinte reação:
Combustível + Oxigênio → Dióxido de Carbono + Água + Calor
O dióxido de enxofre (SO2) sofre oxidação na atmosfera e forma o trióxido de enxofre (SO3), que por sua vez em contato com a água da chuva irá formar o ácido sulfúrico (H2SO4), que é um ácido forte e um dos principais componentes responsáveis pela chuva ácida.
REAÇÕES :
SO2 (g) + ½ O2 (g) → SO3 (g) SO3 (g) + H2O (l) → H2SO4 (aq)
Um forte argumento do Greenpeace é o aumento da concentração de CO2(g) na atmosfera, causando a elevação da temperatura no planeta Terra, derretendo as calotas polares e conseqüentemente aumentando os níveis dos oceanos. Nas grandes profundidades do oceano, onde a temperatura é baixa, o CO2 dissolvido na água forma o ácido carbônico (H2CO3), que danifica os exoesqueletos e as conchas dos organismos marinhos.
A empresa rebate as críticas dizendo, que para poder refinar o petróleo e fracioná-lo em diversos componentes úteis a sociedade, como o gás de cozinha, borracha, a fabricação do asfalto, entre outros, é necessário produzir certa quantidade de gases nocivos ao meio ambiente, pois caso isso não ocorra, não haverá veículos circulando nas cidades, e diversos bens de consumo que são derivados do petróleo, não poderão mais ser comercializados.
Quais decisões devem ser tomadas para que o meio ambiente não seja prejudicado, de modo que a indústria possa manter a sua produtividade?
EXPERIMENTO I - EVIDENCIANDO O GÁS CARBÔNICO (CO2)
INTRODUÇÃO
O carbono presente numa substância pode ser identificado de duas maneiras: quando aparece como resíduo negro pela combustão parcial de uma substância ou, quando aparece combinado com o oxigênio, na forma de gás carbônico (CO2).
MATERIAIS
• Experiência 1: isqueiro, algodão ou papel;
• Experiência 2: cápsula de porcelana, funil de vidro, soluções de hidróxido de bário, solução de ácido clorídrico e álcool.
PROCEDIMENTO
I) MÉTODO PARA SUBSTÂNCIA PARCIALMENTE COMBUSTÍVEL:
• Coloque em uma cápsula de porcelana um pedaço de algodão e queime o algodão.
• Responda a questão a seguir.
1. Na queima ou combustão do algodão ocorreu a formação de resíduo?
2. Qual(ais) conclusão(ões) podemos tirar da análise?
II) MÉTODO PARA SUBSTÂNCIA TOTALMENTE COMBUSTÍVEL:
• Coloque um pouco de álcool numa cápsula de porcelana.
Molhe um funil de vidro, inteiramente e internamente, com uma solução de hidróxido de bário.
• Coloque o funil sobre a cápsula conforme mostra a figura a seguir.
• Com muito cuidado, ateie fogo ao álcool.
• Observe o que aconteceu ao funil.
O gás carbônico pode ser identificado por sua reação com o hidróxido de bário. Faz-se borbulhar o CO2 numa solução de hidróxido de bário. A turvação que se forma é devida à formação do precipitado branco de carbonato de bário. A reação é representada pela equação:
Ba(OH)2 (aq) + CO2 (g) → BaCO3 (s) + H2O (l)
EXPERIMENTO II - CHUVA ÁCIDA
A chuva ácida é um grave problema ambiental, decorrente da poluição atmosférica, composta basicamente por dióxido de enxofre (SO2 )e óxidos de nitrogênio (NO, NO2 , N2O5). Estes óxidos reagem com vapor de água presente na atmosfera e se transformam em ácido sulfúrico (H2SO4) e ácido nítrico (HNO3), respectivamente. Estas reações que ocorrem na atmosfera fazem com que o pH da chuva fique abaixo de 5,6 (o pH normal da chuva é 5,6). Apenas uma pequena parcela desses gases que causam a acidificação da chuva é derivada de fenômenos naturais. A grande porcentagem destes óxidos é emitida para a atmosfera através de ações antrópicas (buscar significado...). De toda a poluição atmosférica existente no planeta, apenas 10% tem sua origem na natureza, o restante é decorrente da atividade humana sobre o meio em que vivemos.
Quando uma indústria emite gases e material particulado para a atmosfera, podemos ver que a fumaça "viaja" pelo ar. Geralmente as chaminés de indústrias são construídas numa altura que os ventos possuem maior velocidade, justamente para os resíduos sólidos se dissiparem o mais longe possível da fonte emissora. A formação de um coquetel de gases na atmosfera, que pode permanecer durante semanas em suspensão no ar, facilitará novas reações e o surgimento de novas substâncias químicas, cada vez mais ácidas, aumentando o pH da água a ser precipitada. Por isso as grandes chaminés são as grandes responsáveis pelas chuvas ácidas.
Estudos ecotoxicológicos demonstraram que a precipitação ácida tem impactos adversos sobre as florestas, aos ecossistemas aquáticos e aos solos, matando os organismos aquáticos e terrestres como plâncton, peixes, insetos e anfíbios, e também sobre a saúde humana. Além disso, a precipitação ácida aumenta a corrosividade da atmosfera, causando danos em edifícios e outras estruturas e equipamentos expostos ao ar.
MATERIAIS:
Um frasco grande de vidro com uma colher de aço inox grudada na tampa, um copo, isqueiro ou fósforo, soluções de extrato repolho roxo, solução diluída de hidróxido de sódio (NaOH) e enxofre em pó.
PROCEDIMENTO
• Colocar aproximadamente 50 mL de extrato de repolho roxo (indicador) no frasco e pingar duas gotas da solução de NaOH.
Completar a colher com enxofre em pó.
• Queimar o enxofre e em seguida fechar rapidamente o frasco.
• Observar o que ocorre dentro do frasco.
• Após a total combustão do enxofre, agitar levemente a solução para dissolução do gás;
• Observar se ocorreu mudança no sistema.
PERGUNTAS:
1. A chuva ácida cai sempre na região onde os poluentes são formados?
2. O problema da chuva ácida existe no Brasil? Qual o maior responsável pelo problema? Quais medidas poderiam ser tomadas para amenizar este problema?
3. Qual foi a substância produzida no interior do frasco com a queima do enxofre? Escreva a equação química de produção desta substância.
4. Qual a coloração do extrato de repolho roxo em meio básico (na solução de NaOH)?
5. Ocorreu mudança de coloração da solução do interior do frasco após a dissolução do gás nesta solução? Explique por quê?
6. O que causa um excesso de acidez na água de chuva? Escreva a equação química de formação do ácido no experimento?
7. Como a acidez da chuva danifica as estátuas de mármore? Escreva a equação química.
EXPERIMENTO 3: EXCESSO DE CO2 E SEU IMPACTO SOBRE O ECOSSISTEMA MARINHO
O gás carbônico, também conhecido como “dióxido de carbono”, é considerado um componente normal da atmosfera terrestre, embora seu teor varie conforme a época e o local.
A liberação de CO2 (g) na atmosfera é realizada desde a respiração dos animais e vegetais até a queima de combustíveis fósseis, madeira, vegetação e etc.
Vários processos controlam a quantidade de CO2 (g) no ar, determinando a sua retirada e incorporação ao meio ambiente, como a fotossíntese efetuada pelas plantas e algas marinhas. Dentre esses, destaca-se o oceano que é o maior consumidor de gás carbônico, através da solubilização na água salgada.
Uma vez dissolvido nas águas marinhas o gás carbônico forma bicarbonatos, carbonatos de cálcio e magnésio. Essas substâncias são metabolizadas por organismos vivos, que as utilizam na produção de estruturas para seu suporte e proteção (conchas e estruturas coralinas). Também originam o calcário, o qual sofre alterações geológicas produzindo o mármore muito utilizado na construção civil e confecção de esculturas.
Compreende-se que esse gás é essencial à vida dos vegetais e à manutenção da vida de organismos marinhos, mas tudo que é feito em excesso trás uma conseqüência.
O impacto sobre o ecossistema marinho acontece em suas profundezas, onde a temperatura é muito baixa. Ao absorver excesso de CO2, as águas se tornam mais ácidas diminuindo a disponibilidade de íons carbonato, cujas conchas calcárias se dissolvem.
Uma equipe do Laboratório de Ciências do Clima e do Meio Ambiente, na França, simulou a evolução da concentração de íons carbonato nos oceanos ao longo do século 21. As simulações indicam que essa concentração diminuirá cada vez mais rapidamente, à medida que aumentarem as taxas de gás carbônico na atmosfera.
Em 2004, a concentração de gás carbônico na atmosfera foi de 380 ppm (partes por milhão). Os cientistas calculam que, se essa taxa passar de 600 ppm, não haverá íons carbonato o bastante para formar as conchas e exoesqueletos dos organismos marinhos. De acordo com algumas das simulações feitas, essa taxa de CO2 será atingida por volta do ano 2060. Com um intervalo de cerca de 50 anos não será suficiente para que essas espécies se adaptem às novas condições ambientais, o impacto sobre esses organismos poderia se estender a todo o ecossistema, já que os moluscos estão localizados na base da cadeia alimentar e os corais representam abrigo para variadas espécies de peixe.
Verificando a ação de soluções ácidas na natureza
INTRODUÇÃO:
Existem dois tipos principais de plataformas de petróleo no mar: as de perfuração e as de produção. As plataformas de perfuração servem para encontrar o óleo em poços ainda não explorados.
As plataformas de produção, por sua vez, entram em cena quando um poço já foi descoberto e está pronto para ser explorado.
São elas que extraem o petróleo localizado no fundo do mar, levando-o à superfície, onde o óleo é separado de outros compostos, como água e gás. Hoje o Brasil possui um total de 93 plataformas de produção em alto-mar, que são responsáveis por aproximadamente 85% de todo petróleo extraído. Graças a estas plataformas, até o final desta década o Brasil deverá ser auto-suficiente na produção do produto.
A indústria em questão possui algumas plataformas em alto mar. Sendo responsável por grande parte do petróleo produzido no Brasil. Porém o excesso de CO2 produzido pela fábrica está gerando sérios problemas no ambiente.
O aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2) por seres humanos não afeta apenas a saúde de quem vive em terra firme. A absorção de parte desse gás pelos oceanos pode impedir que pequenos moluscos produzam suas conchas calcárias, o que comprometeria toda a cadeia alimentar e representaria uma séria ameaça ao equilíbrio ambiental.
No experimento a seguir será demonstrado o efeito do aumento de acidez nos oceanos.
MATERIAIS:
• Tubo de ensaio
• Béquer
• Pipeta graduada
• Solução de hidróxido de cálcio saturado [Ca(OH)2]
• Canudinho de refrigerante
• Solução de ácido clorídrico 10% (v/v) [HCl]
• Conchinha do mar
PROCEDIMENTO I:
- Colocar em um tubo de ensaio aproximadamente 3 mL de solução de hidróxido de cálcio.
- Soprar com um canudo a solução e observar o que ocorre.
Ca(OH)2 (aq) + CO2 (g) → CaCO3 (s) + H2O (l)
Precipitado branco
- Adicionar algumas gotas de ácido clorídrico. Observar o que ocorre.
CaCO3 (s) + 2 HCl (aq) → CaCl2 (aq) + H2O (l) + CO2 (g)
-A efervescência indica desprendimento de gás carbônico.
PROCEDIMENTO II:
Mergulhar a conchinha do mar em um béquer com ácido clorídrico e observar o que ocorre.
PERGUNTAS :
1. Por que o excesso de CO2 produzido pela fábrica impede a produção de conchas calcárias dos pequenos moluscos no oceano?
2. Qual a conseqüência desse fenômeno na natureza? Utilize as reações da experiência do procedimento I para explicar!
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